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Por que a estrutura da Copa América deste ano tende a favorecer a seleção brasileira

A 47ª edição da Copa América, que começará no próximo dia 13 de junho e terminará em 10 de julho, se distinguirá por ter, pela primeira vez em sua história, dois países-sede: Argentina e Colômbia. Além disso, com a desistência das duas seleções convidadas (no caso, Austrália e Catar), esta será a primeira vez desde 1991 que o tradicional torneio entre seleções sul-americanas contará apenas com os dez países que fazem parte da CONMEBOL. E – eis aqui o ponto mais importante a se levar em consideração para nossa discussão – estas dez seleções estarão divididas em dois grupos de cinco.

A divisão de dez equipes em apenas dois grupos, por mais trivial que possa parecer, nos ajuda a entender o porquê de, para os que pretendem apostar em Betfair na Copa América 2021 através do intercâmbio de apostas, a confiança no sucesso dos sempre favoritos Brasil e Argentina ser tão alta: em 5 de abril, o retorno aproximado oferecido por um título da Canarinho era de 2.9, e o retorno pelo título da seleção alviceleste era de 2.7. Já o retorno aproximado oferecido pelo título daquela que vem sendo considerada a terceira força do torneio, a coanfitriã Colômbia, era um tanto mais elevado: 4.7.

Os apostadores mais gabaritados já sabem o que tenderá a acontecer numa Copa América com uma fase de grupos como a de 2021, mas é igualmente importante recordar como vinha sendo essa fase do torneio até aqui: com exceção da Copa América Centenário de 2016, desde 1993 essa competição contava com doze seleções divididas em três grupos de quatro. Assim, nas quartas de final o primeiro colocado de cada grupo enfrentava um dos segundos ou terceiros colocados de outros grupos. E, apesar de surpreendente, não era exatamente absurdo ver um desses terceiros colocados chegar à final, como foi o caso do Peru em 2019 e do Paraguai em 2011.

Desta vez, no entanto, o primeiro colocado de cada grupo enfrentará o quarto colocado do outro grupo. Isso diminui drasticamente as chances de que surjam zebras na fase de quartas de final, o que, por sua vez, tende a tornar muito mais simples o trabalho dos profissionais que cobrem o esporte e se valem de estatísticas para oferecer prognósticos de futebol gratuitos para hoje e para o longo prazo. Afinal, convenhamos: é muito pouco provável que a seleção brasileira tenha nas quartas de final dessa próxima Copa América um jogo tão duro quanto o que teve nesta mesma fase da edição passada, quando, mesmo jogando em casa, superou o Paraguai apenas nos pênaltis após um empate de 0 x 0 no tempo regulamentar.

E, obviamente, é ainda menos provável que o Brasil dê novamente um vexame como o que deu em 2016, quando – como lembra a matéria do El País da Espanha – sequer chegou às quartas de final, mesmo tendo caído num grupo que tinha os modestos Peru, Equador e Haiti. O mais provável, portanto, é que neste ano tenhamos uma competição em que a eficiente seleção de Tite assegure com tranquilidade o primeiro lugar no seu grupo – onde enfrentará Colômbia, Venezuela, Equador e Peru –, e só venha a ter alguma partida realmente dramática nas semifinais e/ou na grande final. Por mais que nada no futebol seja garantido, aí estão os números e o histórico das equipes para nos levar a crer que a lógica prevalecerá desta vez.