Título da LBF CAIXA comprova força do elenco do Sampaio Basquete

Tradicional equipe de futebol, o Sampaio Corrêa também mostrou que tem tudo para ser um dos mais vitoriosos times de basquete do país. O título da Liga de Basquete Feminino (LBF CAIXA) conquistado na noite da última terça-feira (27) mostra a força do elenco tricolor nesta temporada de estreia no cenário do basquete feminino brasileiro. Ao fechar a série final contra o Corinthians/Americana por 3 a 1 com uma vitória impactante por 78 a 50, as meninas do Sampaio Corrêa Basquete entraram para a história ao levar um “caçula” ao lugar máximo da modalidade.

Na partida decisiva, as principais jogadoras da equipe chamaram a responsabilidade. Eleita a MVP das finais, a ala maranhense Iziane Castro pôde, pela primeira vez, soltar o grito de campeão de um torneio nacional. “Realmente assumi um papel de líder dentro e fora de quadra, pois eu precisava mostrar o caminho das vitórias para minhas companheiras, que seguraram no meu braço e acreditaram em mim. Mostrei pelo meu trabalho e meu esforço o que eu venho lutando há muitos anos que era ser campeã da LBF CAIXA. Além do título, veio o prêmio de MVP que é só um presente por tudo que passei durante a temporada. Dedico esse prêmio para minha equipe que esteve ao meu lado em tudo nesta temporada”, disse a camisa 8 do Sampaio Corrêa Basquete.

Mas um time vitorioso não é feito apenas por uma grande jogadora. É necessário o empenho e o comprometimento de todas as atletas, assim como de todos os demais integrantes da comissão técnica e diretoria. Para a técnica Lisdeivi Pompa, o título da LBF CAIXA desta temporada foi histórico.

“A gente sabia que iria ganhar, mas a ficha ainda não caiu. Nunca vi tanto profissionalismo. Elas são dedicadas e se sacrificam muito. Estou orgulhosa de fazer parte dessa equipe e comandar essas meninas, elas são merecedoras. É um título histórico, maravilhoso. Elas estão de parabéns, toda a diretoria e a comissão técnica também”, lembrou a cubana, que agora contabiliza cinco títulos nacionais, sendo quatro como atleta (2004, 2005, 2006 e 2006) e um como técnica do Sampaio Corrêa Basquete.

Torcida: o sexto jogador

Sem dúvida nenhuma, um dos diferenciais da história da Liga de Basquete Feminino é a participação do torcedor maranhense, que sempre prestigiou e acreditou nas equipes do Estado na competição nacional. E, nesta temporada, o torcedor do Sampaio Corrêa Basquete simplesmente deu um show nas arquibancadas do Ginásio Castelinho, em São Luís. Nas finais contra o Corinthians/Americana, o Castelinho ficou pequeno para a torcida tricolor.

Cerca de sete mil torcedores estiveram em cada um dos jogos da série final desta edição da LBF CAIXA. O colorido nas arquibancadas impressionou tanto as donas da casa como o time visitante. A energia do torcedor fez o Sampaio Corrêa se superar, se impor e mostrar que “no Maranhão, quem manda é o Tubarão”.

“Eu não sei como descrever. Foi meu primeiro brasileiro, dentro deste ginásio lotado. Eu estou toda arrepiada. Acho que é um dos melhores momentos da minha vida. A gente jogou feliz, jogou coletivo. Esse é o nosso time”, destacou a ala Ramona, cestinha do Jogo 4 com 16 pontos anotados.

“Não tenho como estar melhor. Nunca passei por isso. Obrigada a todo mundo, ao nosso time. A gente foi chegando com humildade. Ninguém acreditava na gente. Sempre o outro time era favorito e, com muita humildade e trabalho, a gente chegou”, analisou a pivô Nádia, um dos principais nomes da campanha tricolor na temporada.

“Queridinha” da torcida tricolor, a ala Palmira também teve participação fundamental durante toda a campanha do Sampaio Corrêa Basquete. “Não tem coisa melhor do que fazer parte de uma conquista histórica, do que escutar essa torcida, esse grito gostoso de campeão. A gente sabia que tinha que ganhar em casa porque seria difícil ganhar em uma quinta partida (que seria em Americana). A gente soube usar a deficiência delas a nosso favor. Ainda bem que deu tudo certo”.

Talento maranhense

Se por um lado o Sampaio Corrêa Basquete tinha em seu elenco jogadoras com muita história no cenário do basquete brasileiro como Iziane, Nádia, Palmira, Karina Jacob e Carina Souza, o time tricolor também apostou no talento e na juventude da maranhense Letícia Xavier, de apenas 20 anos. A camisa 3 é uma das jogadoras mais promissoras do basquete maranhense e tem tudo para se tornar um grande nome do basquete nacional.

No último jogo da final contra o Corinthians/Americana, Letícia entrou em quadra para jogar exatos 2min36. Pode parecer pouco tempo, mas a maranhense soube aproveitá-lo muito bem. Ovacionada pelos quase 7 mil torcedores no Castelinho, a jovem conseguiu anotar quatro pontos para delírio no ginásio.

“É uma sensação que eu não tenho como descrever. Foi um sonho que muitas pessoas não tiveram a oportunidade de realizar. E hoje a gente teve esta oportunidade de sentir todo este carinho desta torcida. Isso é muito importante pra gente mostrar que o Maranhão também trabalho sério. Não são apenas os times de São Paulo e de Recife que trabalham”, afirmou Letícia.

Campanha histórica

O Sampaio Corrêa Basquete encerra a temporada 2015/16 com uma campanha maravilhosa coroada com o título nacional. A equipe maranhense terminou a temporada regular com 15 vitórias em 21 partidas e com a segunda colocação no geral, atrás apenas do Corinthians/Americana.

Nas semifinais, o Sampaio Corrêa Basquete superou o América de Recife por 2 a 1 na série melhor de três. Classificado para a decisão, o time tricolor venceu as duas primeiras partidas contra o Corinthians/Americana fora de casa. No Jogo 3, em São Luís, o Sampaio perdeu para o time paulista, mas, na partida seguinte, a equipe maranhense dominou o rival e venceu por 78 a 50.

O Sampaio Corrêa Basquete tem o apoio do governo do Estado do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado do Esporte e Lazer (Sedel), e patrocínio da Companhia Energética do Maranhão (Cemar) e SuperBolla.

Confira a tabela completa da Final da LBF CAIXA:

Jogo 1 – Corinthians 58 x 81 Sampaio Corrêa

Jogo 2 – Corinthians 66 x 83 Sampaio Corrêa

Jogo 3 – Sampaio Corrêa 52 x 60 Corinthians

Jogo 4 – Sampaio Corrêa 78 x 50 Corinthians